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Características das modalidades da língua: oral e escrita – Parte 2

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Nível de vocabulário

Quanto ao nível de vocabulário, o autor assume que falantes e escritores não fazem a seleção de itens lexicais de um mesmo estoque. Ele considera haver palavras e expressões exclusivas de cada repertório e um sem-número de itens neutros, que ocorrem normalmente em ambos os repertórios. Os níveis se verificam nos distintos registros linguísticos, considerando a adequação dos itens escolhidos e do repertório em si.

O autor observa que o vocabulário da fala é inovador e flutuante, enquanto o vocabulário da escrita é, em geral, conservador.

A linguagem escrita se enriquece com a ampliação do seu repertório, ao passo que a riqueza do repertório da linguagem falada constitui nas constantes transformações de sentido dos itens de seu repertório limitado.

Tal fato confirma que, apesar de os vocabulários de cada modalidade serem característicos, itens lexicais mais ou menos formais ou coloquiais podem ser utilizados pelo falante e pelo escritor quando lhes forem convenientes.

Construção de oração

A linguagem é mais do que um conjunto de palavras e expressões combinadas; como se dá essa combinação é o que mais importa para Chafe.

Para a discussão desse tópico, o autor se baseia na oração gramatical, mas considera mais realista proceder em termos de “unidade de entonação”, que inicialmente (Chafe, 1980) denominava “unidade de idéias”.

Chafe especula que tal unidade de entonação expressa o que está na “memória de curto prazo” do falante ou “focos de consciência” no momento de produção. Por ser limitada a capacidade do falante em manter a atenção em expressões extensas, a unidade de entonação da fala constitui-se de mais ou menos 6 (seis) palavras.

Construção de frase

Na fala, é comum o uso da conjunção “e” para ligar orações. Isto é, há uma forte tendência por parte dos falantes em produzir seqüências simples de orações coordenadas, evitando as relações interoracionais mais elaboradas, encontradas na escrita. A sintaxe elaborada requer maior esforço de produção do que os falantes possam normalmente aplicar, por isso a linguagem falada de qualquer tipo tende a coordenar orações mais freqüentemente que qualquer tipo de linguagem escrita.

A função da frase na linguagem oral é problemática, mas os falantes parecem produzir uma entonação final de frase quando julgam que chegaram ao fim de uma seqüência coerente. O que produz essa coerência pode variar de um momento para o outro.

Chafe reafirma que as frases da escrita são mais bem planejadas que as da oralidade, dando evidência do tempo e do esforço de sua construção.

Envolvimento e Distanciamento

Das propriedades da fala e da escrita que são atribuídas às diferenças entre os dois processos, a rapidez e a facilidade de esvaescimento da fala, quando opostos à cautela e a editabilidade da escrita, são as principais. Outra importante diferença entre a fala e a escrita é o relacionamento entre o emissor e o receptor.

A audiência da fala na maioria das vezes não só está presente como também pode participar física e efetivamente do processo, ao contrário do que ocorre na escrita cuja audiência é normalmente ausente e freqüentemente desconhecida.

Segundo Chafe, na linguagem falada há um envolvimento do falante com sua audiência, consigo mesmo e com a realidade concreta do que está sendo falado. A linguagem escrita carece de qualquer desses aspectos e pode mostrar indicações de distanciamento do escritor com sua audiência, consigo mesmo e com a realidade.

A NATUREZA DA LINGUAGEM ORAL

Considerando as diferenças (formais, funcionais e da natureza de estímulo) entre a linguagem oral e a linguagem escrita, conclui-se serem distintas tais modalidades. Porém, embora não seja a linguagem escrita a transcrição da linguagem oral, não se pode negar a semelhança de seus produtos, que podem expressar as mesmas intenções, já que a seleção de elementos linguísticos de ambos se dá a partir de um mesmo sistema gramatical.

Chafe (1987), ao contrário, procura estabelecer diferenças entre elas. Diferenças que se verificam nas estruturas sintáticas e na formação dos períodos e, principalmente, no vocabulário, crendo, inclusive, que o repertório de uma é diferente do da outra.

 

O que não se pode negar é que a linguagem escrita e a linguagem oral não constituem modalidades estanques; apresentam diferenças devido à condição de produção, mas o processo se dá a partir da língua, que “é um conjunto de possibilidades linguísticas, cujos usos se fazem de acordo com normas específicas a cada uma das modalidades”.

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A linguagem oral se caracteriza essencialmente por ser falada − natureza do estímulo −, mas o fato de a linguagem oral ser produzida pela boca e recebida pelos ouvidos não é e nem pode ser o elemento fundamental para se determiná-la distinta da linguagem escrita.

Há gêneros intermediário que são produzidos de forma sonora e concebidos de forma gráfica e outros que são produzidos graficamente e concebidos sonoramente. Ainda há aqueles que, apesar de serem produzidos e concebidos exclusivamente de forma sonora ou exclusivamente de forma gráfica, são bastante semelhantes a gêneros da outra modalidade.

Assim, a natureza falada da linguagem oral não basta para distingui-la e isolá-la da linguagem escrita; elas não são estanques e isto fica patente na análise sob o ponto de vista de um contínuo tipológico.

Entretanto, há particularidades de outras ordens que tornam a linguagem oral uma modalidade específica da língua.

Tais particularidades são, de fato, elementos exclusivos da linguagem oral: a gesticulação é um deles. A fluidez das idéias expostas também é outra particularidade da oralidade. A velocidade da produção oral se dá em virtude de ser simultânea ao processo de produção em si.

Uma outra particularidade da linguagem oral, que é proporcionado pelo fato de o falante ter o controle da comunicação no momento de sua efetivação, é a eficácia na correção da informação em caso de incompreensão por parte do interlocutor.

Como o falante ouve junto com o seu interlocutor as suas palavras proferidas e pode controlar os seus efeitos a partir das reações do outro, pode ele corrigir com eficácia, por ser momentânea, as eventuais falhas de comunicação quando a informação desejada não se efetiva.

Essa característica, que é uma vantagem da linguagem oral, determina uma outra particularidade da fala: a cooperação dos participantes da comunicação. Normalmente, o conhecimento do que se diz é compartilhado pelo emissor e pelo receptor, que, normalmente coniventes na comunicação, facilitam o processo de produção daquele que por seu turno tem a responsabilidade da produção discursiva.

O conhecimento compartilhado dos participantes da interlocução oral também gera uma outra particularidade: a simplicidade sintática, à qual se relacionam várias outras características.

A sintaxe da linguagem oral é tipicamente menos bem elaborada que a linguagem escrita, por conter muitas “frases” incompletas, apresentar-se freqüentemente com simples seqüências de frases e poucas estruturas subordinadas.

Portanto, a simplicidade sintática deve ser entendida como estrutura de períodos curtos, em que as orações normalmente são ligadas ou pelas conjunções simples “e”, “mas” e “porém”, ou por marcadores discursivos do tipo “aí”, ou por orações absolutas, ou por frases nominais na maioria dos casos reduzidas a uma única palavra.

Assim, a fragmentação, que é causada pela falta de termos subentendidos e pelo uso de marcadores discursivos, é uma outra característica particular da linguagem oral. A fragmentação não deve ser confundida com uma “má formação da estrutura”, como entenderam certos teóricos.

A fala não existe para ser escrita, e da mesma forma, muitos textos escritos não são apreciáveis na fala; quando se tenta reproduzir um texto escrito como se fosse conversação, esse texto pode parecer estar mal formado.

Quanto ao nível de vocabulário, Chafe chega a declarar que o vocabulário da fala é diferente do da escrita. Prefiro acreditar que os repertórios são os mesmos; o que muda é o grau de formalismo ou coloquialismo, de que o próprio Chafe fala. Por essa razão, encontram-se, em ambos os gêneros de ambas as modalidades, um número muito maior de itens comuns, que Chafe denominou neutros e reconheceu ser a maioria.

É característico na linguagem oral o uso preferencial de declarações ativas como observaram Chafe e outros estudiosos, cada qual em suas obras acerca do assunto. A utilização de estruturas de voz passiva é muito pouco freqüente na linguagem oral. Quando ocorre, é do tipo analítico com o uso de auxiliar do tipo “ser” e normalmente a serviço da topicalização, que, inclusive, é uma outra característica da linguagem oral. A freqüência de termos topicalizados é flagrante.

Também constitui uma particularidade da linguagem oral a representação, por meio de uma pró-forma, do sujeito, que poderia ser elíptico em virtude de a flexão verbal já declarar a pessoa do discurso. Ocorre principalmente a representação do sujeito de 1ª. pessoa por meio de um pronome pessoal. A reiteração desse tipo de sujeito é simplesmente efetiva em textos da linguagem oral.

Por último, uma outra característica da linguagem oral é a repetição de termos. Certamente esta prática tem a ver com a limitação do vocabulário e a conveniência da unidade de entonação, que se submete à elocução, que é o traço predominante da fala.

Quanto à questão do envolvimento e distanciamento, como já demonstrou Chafe, na linguagem oral se observa o caráter de envolvimento e de distanciamento que é determinado pelo contexto. Por poderem ser anulados pelo conteúdo apropriado, tais traços não caracterizam necessariamente a fala ou a escrita. É mais provável, porém, que o traço envolvimento, que pode ser do falante com a sua audiência (muito comum) ou consigo mesmo (não menos comum) ou com o que se está falando (também comum), se manifeste com mais freqüência na fala.

A NATUREZA DA LINGUAGEM ESCRITA

                    

 

 

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