Democracia e rupturas democráticas na segunda metade do século XX. Parte 2
Caso preferir, no vídeo abaixo tem esta postagem em áudio e vídeo
Café Filho: 1954 a 1955
Após o suicídio de Vargas tivemos 1 ano de governo de Café filho.
João Fernandes Campos Café Filho foi presidente do Brasil entre 24 de agosto de 1954 e 8 de novembro de 1955.
Ele era defensor de uma política econômica ortodoxa, reduzindo gastos públicos como combate as dificuldades da economia, além limitar o crédito, criar uma taxa única de energia elétrica (Fundo Federal de Eletrificação) e a retenção automática do imposto de renda sobre os salários.
1955 – Em 15 de janeiro de 1955, o Presidente João Café Filho inaugurou oficialmente a usina de Paulo Afonso.
Juscelino Kubitschek – JK – 1956 a 1961
Juscelino Kubitschek lança seu plano de metas com 30 metas, que deveriam ser alcançadas durante seu governo. Ele era parecido com o Plano SALTE de Eurico Gaspar Dutra. A campanha publicitária tinha como slogan “50 anos em 5”. No plano de metas, as áreas contempladas seria a de energia, transporte, indústria de base, alimentação e educação.
Com o plano de metas ocorreu a implantação da indústria automobilística, abertura de novas rodovias, incluindo a Belém-Brasília e a instalação da indústria da construção naval.(Caiu em concurso – Ano: 2023 Banca: FUNDATEC Órgão: IF-RS);
Juscelino Kubitschek, conhecido como JK, foi presidente do Brasil entre 1956 a 1961 e o responsável pela construção de Brasília. Seu governo ficou marcado pela política desenvolvimentista. Para sustentar sua proposta desenvolvimentista, o governo JK organizou o Plano de Metas. (Caiu em concurso – Ano: 2023 Banca: Instituto Consulplan Órgão: Prefeitura de Guarapari – ES);
Apesar de ter tido êxito com esta política desenvolvimentista em curto espaço de tempo, acabou tendo graves consequências como:
1. Emissões de papel-moeda: Ocasionou um aumento da inflação e consequentemente uma desvalorização da moeda.
2. Abertura da economia para o capital estrangeiro: As divisas geradas pelas multinacionais instaladas no Brasil eram desviadas para seu país de origem.
Considerando o período de governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) podemos afirmar que o governo de JK estava inserido no contexto da Guerra Fria e que o desenvolvimento da indústria nacional foi fortemente associado à entrada de capitais estrangeiros no país. (Caiu em concurso – Ano: 2024 Banca: ADVISE Órgão: Prefeitura de Serra da Raiz – PB);
Durante seu governo foi construído Brasília. A grande parte da mão de obra utilizada em sua construção veio do nordeste, que foram em busca de emprego. Esses trabalhadores foram apelidados de candangos. A ideia de levar a capital do Brasil para o planalto Central já existia desde o século XIX.
Juscelino Kubitschek construiu Brasília no meio do Brasil, por que queria que fosse longe do Rio de Janeiro e em um lugar ermo para caso o Brasil entrasse em guerra ou se houvesse pressão popular, a capital não estaria vulnerável. Além disso, ficaria mais fácil a ocupação do interior brasileiro, ou seja, seria um ponto estratégico da capital do país de integração política e econômica do Brasil.
A produção industrial cresceu 80%. Durante seu governo houve um grande avanço da industrialização do Brasil, mas as custas de aumento da dívida interna e externa do Brasil.
Infraestrutura: O aumento de montadoras de automóveis no Brasil, fez com que se investisse muito na construção de rodovias. Com isso, houve uma diminuição de investimento de ferrovias.
Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), foram implementadas diversas medidas econômicas para modernizar e desenvolver a economia brasileira. Nesse contexto, foi criado um grupo de estudos econômicos chamado “Grupo Executivo da Indústria Automobilística” (GEIA), em 1956. (Caiu em concurso – Ano: 2023 Banca: IGEDUC Órgão: Prefeitura de Triunfo – PE);
O Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA) foi criado pelo Decreto nº 39.412, de 16 de Junho de 1956, que estabelecia normas diretoras para a criação da Indústria Automobilística Brasileira e institui o Grupo Executivo para aplicação dessas normas. Este decreto facilitou a instalação de várias fábricas do setor automobilístico no Brasil como Volkswagen, Ford, General Motors entre outras.
1957 – Criação da Fundação de Furnas Centrais Elétricas, responsável pela geração e distribuição de energia elétrica para todo o país. Entrou em operação em 1963
1959 – Criação da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste). Foi idealizada no governo do presidente Juscelino Kubitschek, tendo à frente o economista Celso Furtado, como parte do programa desenvolvimentista então adotado.
Jânio Quadros – 1.961
Foi eleito em 1960, e começa a governar em 1961.
Era um presidente de centro-direita e tinha como vice João Goulart, que era conhecido como Jango, que era de centro-esquerda.
Jânio Quadros era do partido da União Democrática Nacional (UDN) e foi a última tentativa da UDN chegar ao poder.
Há 60 anos, o presidente Jânio Quadros deixou o Brasil atônito. Sem aviso prévio, ele enviou um bilhete ao Congresso Nacional comunicando que havia abandonado a Presidência da República. O governo, que deveria ter durado cinco anos, chegou ao fim pouco antes de completar sete meses. A renúncia ocorreu em 25 de agosto de 1961. Acompanhando o bilhete de renúncia, Jânio Quadros enviou ao Congresso Nacional uma breve carta em que justificou a atitude. Em termos vagos, ele escreveu que tentara combater a corrupção, mas fora “vencido pela reação” e “esmagado” por “forças terríveis”. Fonte: Agência Senado
A renúncia, segundo os historiadores, seria o primeiro passo de um autogolpe de Estado. Pelos planos não declarados de Jânio, a renúncia não seria aceita pelo Congresso, pelas Forças Armadas e até pelo povo, que lhe implorariam que reconsiderasse. Ele, então, aproveitaria o clamor geral e, como condição para a volta, exigiria mais poder de mando do que o previsto pela Constituição de 1946. Tendo êxito o autogolpe, Jânio alcançaria o objetivo de se transformar num presidente com superpoderes ou até mesmo num ditador. Fonte: Agência Senado
O presidente Jânio Quadros sabia que as Forças Armadas não tolerariam a posse do vice João Goulart. Jango, como era conhecido, mantinha estreitas relações com os sindicatos trabalhistas, muitos dos quais dirigidos por comunistas. Isso despertava nos militares, mais identificados com a direita, o medo de que o Brasil governado por Jango tomasse o caminho do comunismo.
“Na presidência da República, em regime que atribui ampla autoridade e poder pessoal ao chefe de governo, o Sr. João Goulart constituir-se-á, sem dúvida alguma, no mais evidente incentivo a todos aqueles que desejam ver o país mergulhado no caos, na anarquia, na luta civil.” (Manifesto dos ministros militares à Nação, em 29 de agosto de 1961). O Manifesto acima transcrito está a revelar que os militares justificavam, com o texto, a possibilidade de intervenção armada em regime democrático. (Caiu em concurso – Ano: 2021 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO);
Quando veio a renúncia, Jango se encontrava na China, numa missão oficial armada por Jânio. O presidente trabalhou para que o vice estivesse justamente num país comunista no momento em que a crise estourasse. As supostas inclinações comunistas do vice se tornariam inquestionáveis.
Conforme a previsão de Jânio Quadros, os militares de fato vetaram a posse de Jango. Diante dessa ilegalidade, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, ameaçou pegar em armas para garantir o cumprimento da Constituição. A renúncia, portanto, deixou o Brasil à beira de uma guerra civil. Fonte: Agência Senado
No próximo vídeo começarei a falar sobre o governo de João Goulart: 1961 a 1964
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